A foto tua que guardo…
É pequena assim como as alegrias que me acordam
Nessas eternas noites em que solidão
Vem-me sentar à beira da cama
E, com singular face de distração,
Me olha a alma e diz que me ama.
Amor doente, sem prazo, sem atraso pra me lembrar
Que a noite é dia, que o que tenho é tempo.
- És mui jovem ainda…
Ela goza ao me falar.
Sobre o fio de linha que é a nossa amizade
Eu cambaleio, sem cair, sem parar de andar.
É ela quem me acende os cigarros,
Quem me prepara os cafés
Nessas noites em que, com teus retrato e alvitre,
Como formiga num mundo de seres colossais,
Dou voltas ao redor dos copos vazios
Que, os olhando, lembro que esqueci de limpar.