angustus, o homem que caminhava ¦ A passagem do homem é um labirinto sem muros / Dentre unhas e dedos, o vermelho em pó / Descalças, a n d a r i l h a v a m a s d a t i l o g r a f i a s / Dedo ante dedo; ser anti ser; pé ante pé. Continue lendo…
cinza, cor de não-cor ¦ Eu quero o mundo Na ponta dos dedos Agora secos. Eu quero o mundo. E que me venha à cama Aquele belo sonho que desconheço. Continue lendo…
à margem ¦ Estar à margem é estar dentro. Mas pelas beiradas, num ritmo diferente. É, dentre tocos de madeira, pedras e lodo, Beber da água da razão, mas alimentar-se de fantasia. Continue lendo…
paisagens de um sonho que se repete ¦ Lá estão os pássaros bailarinos. Lá estão. Dançam como intrépidos bêbados À procura de algo que desconheço. Continue lendo…
letras corridas ¦ Respirei fundo, enchi os pulmões. E soltei ao ar, como quem bafora a fumaça de um bom charuto: “Amargo é o vinho da partida”. Doce é a pinga da autopiedade Que mata e vicia. Mata como mata tudo que vicia E que faz bem a alma, mas não ao couro. Continue lendo…
livreto negro ¦ Sentado calado, à frente do pálido outono Pintando com poucas cores pelo pincel mágico Do poeta de formas, Refaço em mente o caminho que tracei Em tintas, teclas e silêncios. Continue lendo…
minha ira, minha alegria ¦ Aceito o pão. Mas nego o jargão nosso de cada dia. Pois, – quem diria? -minha ira, lavada pela água que me guia, Surgira, talvez, da tão sublime alegria. Continue lendo…
ofegante adeus ¦ Um cigarro Acesso Entre as pontas Dos dedos. Dois dedos À boca É fumaça Que vem Baforada Que vai Levar A fumaça Pro ar… Continue lendo…
pequeno poema de amor ¦ A foto tua que guardo… É pequena assim como as alegrias que me acordam Nessas eternas noites em que solidãoVem-me sentar à beira da cama E, com singular face de distração, Me olha a alma e diz que me ama. Continue lendo…
ano novo ¦ “O que? Quando? Aonde?”, indaga minha sonolenta razão.Vendo a alma do andarilho, Da minha não abro mão! “Não te rias do velho bêbado que cambaleia ao abismo” (disse o assombro invisível) “Pode ser Deus a te atentar… ou o diabo de improviso”. Continue lendo…